O jornal Correio Braziliense publicou na última Sexta 2 de julho uma reportagem que deve ter passado desapercebida para a maioria das pessoas, mas que foi tratada com seriedade pela equipe do jornal. Sei que o Correio está longe de ser a fonte mais confiável do mundo, mas dada a profundidade da reportagem resolvi verificar com uma rápida pesquisa no Google o que estava sendo escrito e me parece que podemos confirmar a veracidade das informações. Um Senador que se diz independente chamado Joe Lieberman, apresentou uma proposta de lei que poderia bem ser republicana, apesar de o mesmo já ter sido membro do partido Democrata. O seu projeto tenta, de maneira resumida pelo Correio:
…aumentar o controle estatal da Internet, dando poderes ao presidente de, inclusive, desligar a Internet em situação de ataque.
Sim, o termo pode parecer um pouco calamitoso para quem não conhece a rede, mas de fato a ideia é essa mesmo. Os americanos já sacaram há algum tempo que a rede não é tão controlável como as outras mídias “independentes” que eles estão acostumados a lidar, e também já entenderam há muito tempo que ideias não podem ser combatidas com bombas. Assim, é fundamental vencer a guerra da informação, que já disse ser a guerra do futuro quando citei a disputa Google x China, e eles estão querendo dar um passo à frente nesse caminho. Há duas análises importantes a serem feitas:
- É possível aos EUA cortar o acesso à Internet?
- O que um possível corte da rede nos EUA afetaria a minha vida?
Os Verdadeiros donos da rede
Vamos tentar responder à primeira pergunta: é possível aos americanos cortar o acesso à Internet?
Antes de responder é preciso entender o que é a Internet. De maneira resumida poderíamos dizer que é um conjunto de redes interligadas entre si através de grandes conectores, que chamamos de backbones. Para tentar entendê-los, vamos partir da sua rede doméstica. Para acessar a internet, precisamos nos conectar a um provedor de serviços de comunicação, que vai passar um cabo, uma linha telefônica, rádio, enfim, vai nos fornecer algum tipo de meio para nos conectar à grande rede. Ganhamos então um endereço IP de Internet, que normalmente está dentro de uma determinada faixa de endereços que pertence ao provedor, que dentro de sua onipotência nos “empresta” para acessarmos a Internet. Uma boa referência é esse artigo do Guia do Hardware, e reproduzo uma de suas imagens aqui para ilustrar:
Muito bem, agora que sabemos como saímos de nossa casa para a Grande Rede, o que acontece a partir daí? Um gráfico resumido pode ser encontrado nesse endereço. É bastante didático e pode ajudar quem tiver dificuldade com a explicação.
O mais importante é entender que a Internet se trata de uma rede de redes. Isso significa dizer que não há um ponto concentrador, como “a grande rede que todos têm que acessar”, mas sim um conjunto de comunicação geograficamente distribuído que interliga vários pontos de comunicação. Esse é o grande segredo: quando eu envio uma informação, eu não tenho a menor ideia do caminho que ela deve seguir, nem mesmo as aplicações têm. Só tenho dois dados: endereço de saída e endereço de destino (acompanhados das respectivas portas), e o caminho a ser percorrido é decidido na hora em que realizamos um “salto” na rede. Assim, quando acessamos um site como o UOL, por exemplo, realizamos a seguinte sequência de conexões de maneira resumida: Minha rede doméstica -> Rede do meu provedor -> Rede do provedor UOL -> Rede interna de serviços do UOL -> Servidor que contém a informação do UOL. Há formas de saber qual é exatamente o caminho que a informação percorre, como o comando traceroute no Unix, mas esse é um papo para os Geeks de plantão que fica para depois.
Voltando à questão do seu provedor, entra uma questão muito importante no Brasil. Quando acessamos os nossos provedores, estamos entrando em uma rede de domínio de determinada empresa, que gostaria de reproduzir aqui, mas não consegui achar nenhuma referência. Essa rede tem pontos de conexão com o que conhecemos como Internet, que seria o conjunto de outras grandes redes mundiais. A informação precisa de um meio para trafegar, como uma linha telefônica, um cabo e até mesmo o ar, e o meio pelo qual trafegam os dados afeta em muito a qualidade da conexão. No caso dos grandes provedores, eles necessitam conectar seus clientes às suas grandes redes, que por sua vez precisam ser conectadas às redes mundiais. O meio mais usado por possuir a melhor taxa de transmissão ou bitrate é a fibra ótica, o que significa um transporte através de um tipo especializado de cabo. Para que entendam, é como se precisássemos conectar as cidades umas às outras através de um grande cabo. Pode parecer impensável para os leigos, mas existem cabos que conectam quase todas as cidades do Brasil e até mesmo países. O diagrama a seguir mostra como as cidades podem conectar-se umas às outras, com o exemplo da rede Ipê da RNP.
A figura nos mostra os principais backbones de Internet da rede RNP, uma das mais importantes do Brasil. Um backbone é como um grande concentrador de redes privadas. No caso, a RNP é uma rede pública, mas as empresas como Oi, Telefônica, etc têm redes semelhantes.
O diagrama é suficiente para exemplificar como conectamos as redes brasileiras ou os serviços brasileiros. Contudo, o que acontece se eu quiser acessar um site que está nos EUA por exemplo? Precisaremos de outro diagrama para entender o problema.
Como podemos perceber, quase todo o mundo é cortado por cabos submarinos, e assim nos conectamos uns com os outros enquanto países. Estamos começando a chegar em um ponto bastante interessante, mas só poderemos entendê-lo observando o mapa de conectividade da Embratel.
Estamos chegando perto de responder à pergunta proposta no começo. Afinal, quem são os verdadeiros donos da rede? No Brasil, até o começo da década de 90, as telecomunicações eram um monopólio estatal, e todos os cabos que vemos no diagrama da Embratel pertenciam ao governo. Todavia, com a privatização a empresa que arrematou a Embratel levou também toda a nossa conectividade com as redes mundiais. Como podemos ver, são 4 os cabos que saem do Brasil e nos conectam às redes dos países vizinhos, e todos eles pertencem à Embratel. E quem é o dono da Embratel? Bom, acho que isso não é segredo pra ninguém, uma vez que é uma empresa com capital aberto em bolsa, mas o fato é que o dono da Embratel é um dos homens mais ricos do mundo, o mexicano Carlos Slim. Talvez seja um exagero dizer que o mexicano é dono da Internet brasileira, mas não é um exagero dizer que ele é o dono de nossa ligação com o mundo. Sem a Embratel temos como conversar com nossas redes internas, mas não com as outras redes do mundo.
Há ainda um outro problema, que não deve ser desprezado. A Internet é baseada no protocolo de comunicação TCP/IP, ou seja, as conexões são baseadas em números. Contudo, quando abrimos nossos navegadores para acessar o Portal do UOL não digitamos um número, e sim um endereço DNS. Ele é parte fundamental de nossa estrutura de comunicação, pois é o que realmente guardamos em nossas cabeças. Duvido que alguém saiba o IP do UOL, por exemplo, mas o endereço www.uol.com.br já é consagrado. Existe uma instituição internacional que dita regras para a formação dos nomes que devem ser seguidas por todos, e um gigantesco banco mundial que contém informações sobre todos os endereços utilizados no mundo. Se o seu computador precisasse consultar todo o banco de dados mundial de endereços para saber qual IP corresponde ao que você está digitando no navegador cada vez que clicássemos em um link levaríamos uma eternidade para saber a resposta. Por isso existe uma hierarquia muito clara de consulta de servidores. Em sua casa, por exemplo, é realizada uma consulta a um servidor DNS do seu provedor, que por sua vez consulta uma lista maior de endereços conhecida como TLD. Esses, por sua vez, conversam diretamente com os gerenciadores mundiais de domínio que são conhecidos como root servers.
Aí chegamos ao ponto que queríamos. Existem 13 servidores raiz ao redor do mundo, conforme a lista abaixo:
Server | Operator | Locations | IP Addresses | AS Number |
---|---|---|---|---|
A | VeriSign, Inc. | Sites: 6 Global: 6 Local: 0Los Angeles, CA, US; New York, NY, US *; Frankfurt, DE; Hong Kong, HK; Palo Alto, CA, US *; Ashburn, VA, US * |
IPv4: 198.41.0.4 IPv6: 2001:503:BA3E::2:30 |
19836 |
B | Information Sciences Institute | Sites: 1 Global: 0 Local: 1Earth |
IPv4: 192.228.79.201 IPv6: 2001:478:65::53 |
none |
C | Cogent Communications | Sites: 6 Global: 6 Local: 0Herndon, VA, US; Los Angeles, CA, US; New York, NY, US;Chicago, IL, US; Frankfurt, DE; Madrid, ES |
IPv4: 192.33.4.12 | 2149 |
D | University of Maryland | Sites: 1 Global: 1 Local: 0College Park, MD, US |
IPv4: 128.8.10.90 | 27 |
E | NASA Ames Research Center | Sites: 1 Global: 1 Local: 0Mountain View, CA, US |
IPv4: 192.203.230.10 | 297 |
F | Internet Systems Consortium, Inc. | Sites: 49 Global: 2 Local: 47Ottawa, Canada *; Palo Alto, CA, US *; San Jose, CA, US; New York, NY, US *; San Francisco, CA, US *; Madrid, ES; Hong Kong, HK; Los Angeles, CA, US *; Rome, Italy; Auckland, NZ *; Sao Paulo, BR; Beijing, CN; Seoul, KR *; Moscow, RU *; Taipei, TW; Dubai, AE; Paris, FR *; Singapore, SG; Brisbane, AU *; Toronto, CA *; Monterrey, MX; Lisbon, PT *; Johannesburg, ZA; Tel Aviv, IL; Jakarta, ID; Munich, DE *; Osaka, JP *; Prague, CZ *; Amsterdam, NL *; Barcelona, ES *; Nairobi, KE; Chennai, IN; London, UK *; Santiago de Chile, CL; Dhaka, BD; Karachi, PK; Torino, IT; Chicago, IL, US *; Buenos Aires, AR; Caracas, VE; Oslo, NO *; Panama, PA; Quito, EC; Kuala Lumpur, Malaysia *; Suva, Fiji; Cairo, Egypt; Atlanta, GA, US; Podgorica, ME; St. Maarten, AN * |
IPv4: 192.5.5.241 IPv6: 2001:500:2f::f |
3557 |
G | U.S. DOD Network Information Center | Sites: 6 Global: 6 Local: 0Columbus, OH, US; San Antonio, TX, US; Honolulu, HI, US;Fussa, JP; Stuttgart-Vaihingen, DE; Naples, IT |
IPv4: 192.112.36.4 | 5927 |
H | U.S. Army Research Lab | Sites: 1 Global: 1 Local: 0Aberdeen Proving Ground, MD, US * |
IPv4: 128.63.2.53 IPv6: 2001:500:1::803f:235 |
13 |
I | Autonomica | Sites: 34Stockholm, SE *; Helsinki, FI; Milan, IT; London, UK; Geneva, CH; Amsterdam, NL; Oslo, NO; Bangkok, TH; Hong Kong, HK; Brussels, BE; Frankfurt, DE; Ankara, TR; Bucharest, RO; Chicago, IL, US; Washington, DC, US; Tokyo, JP; Kuala Lumpur, MY; Palo Alto, CA, US; Jakarta, ID; Wellington, NZ; Johannesburg, ZA; Perth, AU; San Francisco, CA, US; Singapore, SG; Miami, FL, US; Ashburn, VA, US; Mumbai, IN; Beijing, CN; Manila, PH; Doha, QA; Colombo, LK; Vienna, AT; Paris, FR; Taipei, TW | IPv4: 192.36.148.17 IPv6: 2001:7fe::53 |
29216 |
J | VeriSign, Inc. | Sites: 70 Global: 63 Local: 5Dulles, VA, US (2 sites); Dulles, VA, US (1 sites); Ashburn, VA, US *; Miami, FL, US; Atlanta, GA, US; Seattle, WA, US; Chicago, IL, US; New York, NY, US *; Honolulu, HI, US; Mountain View, CA, US (1 sites); Mountain View, CA, US (1 sites); San Francisco, CA, US (2 sites) *; Dallas, TX, US; Amsterdam, NL; London, UK;Stockholm, SE (2 sites); Tokyo, JP; Seoul, KR; Beijing, CN;Singapore, SG; Dublin, IE; Kaunas, LT; Nairobi, KE; Montreal, CA; Perth, AU; Sydney, AU; Cairo, EG; Cairo, EG; Warsaw, PL (2 sites); Brasilia, BR; Sao Paulo, BR; Sofia, BG; Prague, CZ;Johannesburg, ZA; Toronto, CA; Buenos Aires, AR; Madrid, ES;Fribourg, CH; Hong Kong, HK (2 sites); Turin, IT; Mumbai, IN;Oslo, NO; Brussels, BE; Paris, FR (2 sites); Helsinki, FI;Frankfurt, DE; Riga, LV; Milan, IT; Rome, IT; Lisbon, PT; San Juan, PR; Edinburgh, UK; Tallin, EE; Taipei, TW; New York, NY, US *; Palo Alto, CA, US *; Anchorage, US; Moscow, RU;Manila, PH; Kuala Lumpur, MY; Luxembourg City, LU; Guam, GU, US; Vancouver, CA; Wellington, NZ |
IPv4: 192.58.128.30 IPv6: 2001:503:C27::2:30 |
26415 |
K | RIPE NCC | Sites: 18 Global: 5 Local: 13London, UK *; Amsterdam, NL *; Frankfurt, DE; Athens, GR *; Doha, QA; Milan, IT *; Reykjavik, IS *; Helsinki, FI *; Geneva, CH *; Poznan, PL; Budapest, HU *; Abu Dhabi, AE; Tokyo, JP; Brisbane, AU *; Miami, FL, US *; Delhi, IN; Novosibirsk, RU; Dar es Salaam, TZ |
IPv4: 193.0.14.129 IPv6: 2001:7fd::1 |
25152 |
L | ICANN | Sites: 7 Global: 7 Local: 0Los Angeles, CA, US *; Miami, FL, US *; Prague, CZ *;Johannesburg, ZA *; Cape Town, ZA *; Crete, GR *; Sao Paolo, BR * |
IPv4: 199.7.83.42 IPv6: 2001:500:3::42 |
20144 |
M | WIDE Project | Sites: 6 Global: 5 Local: 1Tokyo, JP (3 sites) *; Seoul, KR; Paris, FR *; San Francisco, CA, US * |
IPv4: 202.12.27.33 IPv6: 2001:dc3::35 |
7500 |
Fonte: http://www.root-servers.org/ Acessado em 13 de julho de 2010
O mapa a seguir mostra como eles são geograficamente distribuídos: http://www.root-servers.org/map/
Como podemos ver, grande parte deles está concentrada nos EUA, e tem sido feito um trabalho muito grande de replicação das informações pelos órgãos internacionais de controle da Internet. Contudo, grande parte dos servidores são configurados como réplica dos maiores, e uma queda nos pais pode gerar uma interrupção dos serviços em alguns dos filhos também, pelo menos por algum tempo. Ou seja, se perdêssemos o acesso aos servidores DNS que estão nos EUA, é bem provável que a resolução de nomes ficasse comprometida.
O gráfico a seguir mostra a concentração de do tráfego mundial de Internet. Veja e analise: o que aconteceria com o tráfego mundial se os EUA não estivessem no mapa?
Eu Usuário
Após tudo o que foi dito, qual a relação entre tudo isso e eu, que estou no outro lado da linha querendo apenas acessar meu conteúdo que está na rede? Vamos fazer uma pequena análise dos serviços que utilizamos em nosso dia-a-dia no Brasil: Orkut, Facebook, Twitter, GMail, Yahoo! Mail e Hotmail. Você sabe onde estão localizados esses serviços? Ou seja, em qual desse emaranhado de redes estão localizados? Vamos realizar o seguinte procedimento: da minha casa vou dar um comando ping e descobrir qual o IP que responde pelos endereços. Em seguida vou utilizar o Geo IP para saber onde eles estão geograficamente localizados.
- Orkut:
- DNS: www.orkut.com (orkut.l.google.com)
- IP: 64.233.163.86
- Cidade: Mountain View, CA – EUA
- Facebook:
- DNS: www.facebook.com
- IP: 69.63.189.11
- Cidade: South Gate, CA – EUA
- Twitter:
- DNS: twitter.com
- IP: 128.242.240.84
- Cidade: Englewood, CO – EUA
- GMail:
- DNS: www.gmail.com (googlemail.l.google.com)
- IP: 64.233.163.83
- Cidade: Mountain View, CA – EUA
- Yahoo! Mail:
- DNS: yahoomail.com.br
- IP: 206.190.60.37
- Cidade: Sunnyvale, CA – EUA
- Hotmail:
- DNS: www.hotmail.com (origin.mail.live.com)
- IP: 64.4.20.174
- Cidade: San Jose, CA – EUA
Como podemos ver, todos estão localizados nos EUA, o que não é nenhuma surpresa. Agora imagine um cenário hipotético: o que aconteceria com os seus emails que estão no GMail, por exemplo, se o tal ato patriótico fosse lançado e o acesso à Internet dos EUA fosse cortado? Sim, isso mesmo. Já era. Game Over. Você simplesmente não teria mais como acessá-los. Sim, estaria tudo perdido. Pior, o governo americano poderia pedir para investigar os servidores atrás de informações sobre atividades terroristas. Agora uma pergunta: o quanto você depende desses serviços? Pense nisso.
De direito a Internet é uma rede de todos. Os EUA já tentaram desligá-la uma vez, quando decidiram extinguir a Arpanet, e não conseguiram. Mas de fato, quase todos os dados que circulam pela rede hoje passam de alguma forma pelos nossos amigos americanos. O que mais me preocupa é que muita gente não tem a menor ideia de que isso acontece, ou alguns simplesmente ignoram deliberadamente. Um bom caso é o acordo entre o governo de SP e a Microsoft. Eles alegam que o acesso aos correios será gratuito, mas qual será o custo da iniciativa? O que aconteceria com os alunos e professores se o tal ato patriótico fosse invocado? Posso ir ainda mais longe: o que aconteceria a um aluno da rede pública de SP se enviasse uma mensagem apoiando os adversários dos EUA? Para quem acha que isso é paranóia sugiro dar um pulo no texto aqui do blog sobre o Governo da China e o caso Google. É apenas um primeiro round da batalha que está por vir.
Estou cada vez mais convencido que a guerra do novo milênio é a busca por informação. Por isso empresas e governos estão cada vez mais preocupados em liberar e restringir o acesso. No caso da proposta do Senador americano, estamos falando de uma séria ameaça à neutralidade da rede. Mesmo que o tal projeto de lei não passe, estamos inevitavelmente presos a um círculo de controle. O próprio blog que hospeda esse post pertence ao Worpdress, uma empresa americana. Se querem saber, o servidor que o hospeda está em Houston, TX, EUA.
Respondendo então às perguntas que colocamos no início, é possível aos EUA bloquear o acesso à Internet? Responderia categoricamente que sim. E o que isso afeta a minha vida? Aí eu deixo para sua própria reflexão, que pode ser compartilhada através da caixa de comentários.
Se você se assustou e se pergunta como sair dessa armadilha, há algumas soluções. Pretendo fazer um post sobre o assunto no futuro.
Show o post. Bem interessante a abordagem do assunto.
Isso é só o inicio.
Com a padronização do IPv6 daqui a uns 2 anos, o presidente dos E.U.A nao terá apenas poderes de desligar a internet, mas de também participar das informaçoes correntes em nossos computadores (se nao já contece!!) , ja que teremos cada um no planeta um ip fixo público na internet, ou seja, nao teremos mais o NAT pra nos esconder atraz de um getway, estaremos com nossas máquinas expostas fim-a-fim com todo mundo, o que seria mais facil ou “menos dificil” obter informaçoes pessoais dentro da rede. Fico refletindo e pensando se o E.U.A criassem um super servidor ( ou podem até ter criado, sei la..) com o detalhamento de todos os endereçoes IPv6 de todo mundo, o que nao é impossivel..
Qualquer dia o Obama ta batendo em casa pra tomar um cafezinho e me chamando pelo nome com a maior intimidade.
Olá Tonico,
Não posso deixar de concordar com você. Isso é totalmente possível.
Obrigado pelo comentário.
E a internet por satélite?
Olá Shaiane,
Primeiro, obrigado pela visita e pelo comentário. Em relação à sua pergunta, existem muito poucos dados públicos sobre a Internet via satélite no Brasil ou no mundo, então fica difícil afirmar com certeza. Mas devido ao caráter da conexão a taxa de transmissão pelo satélite é inferior à taxa da fibra ótica, então os grandes backbones (que são o objetivo do post) normalmente não são por satélite. O que significa que eles são apenas roteadores que se conectam a algumas das redes apresentadas aqui.
Em menor grau seria mais ou menos como o roteador sem fio na sua casa: apesar de estar conectada na Internet sem um cabo, o seu ponto de saída é pelo provedor, que pode ser linha telefônica ou outros. Não muda nada a forma pela qual você se conecta à grande rede.
Sei que havia uma empresa chamada Global Cross que tinha como objetivo conectar todos os países do mundo através dos seus satélites. A princípio era para telefone, depois eles migraram para a Internet, mas não disponho de mais dados para afirmar com certeza. Se isso fosse verdade, você estaria conectada diretamente a uma rede americana, então o problema inicial persiste.
Se dispuser de mais dados, fique à vontade para compartilhá-los.
Abraços
MUITO INTERESSANTE…MINHA DUVIDA SOBRE O SATELITE TAMBEM FOI TIRADA, OBRIGADO!!!
Gostei, é bem exclarecedor. Estava buscando informações sobre isso pois não tenho muito conhecimento na área, porém não ta facil achar esses assuntos por ai, não sei ou restrição sobre a identidade da Internet ou desinteresse dos internautas… o que sei é que a afirmação de que a internet é apenas uma rede mundial de computadores e que não existe a possibilidade de ser controlada por um país por exemplo, não me convenceu.
E o que acho grave é que hoje se depende muito da internet tanto nos serviços públicos como privados, sendo assim o corte da internet provocaria um caus mundial. E o seu controle pelos EUA é claro aumentaria o seu dominio sobres os outros países.
Olá Eduardo Santos.
Estava eu dando inicio à redação de uma série de matérias com o titulo “Os donos da Internet” e encontrei você via google.
Gostaria que você informasse seu e-mail.
Temos no Instituto Mãos Limpas Brasil um projeto para atingir milhões de internautas com uma publicação de alto nivel vinculada ao site.
Curiosamente os servidores dedicados que podemos usar estão instalados nos EUA.
Não teriamos equipamento em condições de fazer essa operação no Brasil?
Aguardo o seu e-mail, pois tenho vários assuntos para abordar e agradeço antecipadamente por sua atenção.
Mtnos Calil
mtnoscalil@terra.com.br
Obrigado
Olá Mtnos,
Depende do que necessita que os equipamentos faça. Quer que os servidores do site fiquem hospedados no Brasil? Há bons e baratos provedores nacionais, como UOL e locaweb.
Enviei o e-mail conforme solicitado.
Abraços e obrigado pela visita.
Olá Paulo,
Obrigado pelo comentário. O objetivo de esclarecer era realmente mostra isso.
Parabéns, ótimo post e explicação!
Na minha opinião, o corte das conexões para os EUA seria um desastre, visto que ficaria sem acesso aos meus servidores e meus clientes aos seus serviços.
Olá Jordan,
Obrigado pela visita e pelo comentário. Realmente esse é um problema, e a maior parte das empresas sequer pensa nisso; escolhe hospedar seus serviços em um servidor virtual “mais barato” fora do Brasil.
Temos que pensar seriamente onde desejamos hospedar a inteligência dos negócios e encarar as consequências de nossas escolhas.